domingo, 7 de dezembro de 2008

under pressure

fins de ano são sempre uma beleza...


no meu caso, agora que finalmente a faculdade acabou, estou subitamente com a sensação do cachorro que persegue o carro de mudança: o carro parou e agora eu não sei o que fazer. mas tudo bem... nessa época que normalmente sugerem que façamos um levantamento do nosso ano, pontuando os pontos prós e contras, para decidir o que fazer no ano seguinte.

sinceramente eu não sou lá muito boa com planejamentos, mas até então eu acho que só serial killers conseguem ser bons de fato com esse tipo de coisa. ninguém consegue se manter dentro do mesmo plano o tempo todo. se empregos, namorados, amigos, gostos vêm e vão, o mesmo vale para resoluções. por isso que eu acho meio sem propósito alguém prometer no reveillón que vai parar de fumar ou então que vai entrar em dieta para emagrecer... todo compulsivo cede, logo. prometer algo desse porte é sonhar alto, dado que se você come demais ou fuma por estresse, vai continuar fazendo isso (mesmo que escondido) em qualquer época do ano, dado que isso é a sua muleta.

por isso eu acho que resoluções de ano novo devem ser o mais simples e triviais possíveis (ou possível
? agora bateu uma dúvida). eu sempre me prometo uma cota de shows e idas ao cinema em um ano. este ano consegui não somente atingir minha cota, como superá-la. mas acho menos estressante estabelecer metas que não vão muito além daquilo que eu sei que posso atingir. por isso que já defini parte das minhas resoluções de 2009:

- finalmente aprender a tocar violão
- ver pelo menos 4 shows esse ano (show de banda de amigo NUNCA conta)
- fazer ao menos um curso de ilustração, para não perder o costume de treinar desenho
- mandar meus trabalhos pra todo anuário que eu tomar conhecimento
- ler mais

não sei como o resto vai se desenrolar daqui pra frente, mas acho que é bom começar com pouco... eu tenho pra mim que as resoluções mais sérias sempre são determinadas ao longo do ano, não no seu começo...

hasta luego!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

eros c'est la vie

meia hora sentada na frente do computador pensando numa atualização que seja longa o suficiente para compensar minha ausência, mas a única coisa que eu quero dizer é:








gosto muito de gostar de você.


segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A verdadeira cegueira


estou achando interessante a onda de críticas norte-americanas CONTRA o filme 'ensaio sobre a cegueira' de fernando meirelles. já fui assistir duas vezes e, quando olhei a cotação no site rotten tomatoes, vi que, surpreendentemente, a aprovação geral do longa é de 30%. pela crítica especializada, o filme aparentemente não foi compreendido, nem como obra cinematográfica e muito menos como uma adaptação literária. fiquei pasma ao ler que o final poderia ter sido diferente... como? isso sem contar ler asneiras como as ditas pelo conceituado crítico roger ebert, do chicago sun times, que não apenas achava que o final do filme poderia ser diferente, como ainda por cima disse que a cidade desconhecida era, na maioria das cenas, toronto (sendo que as filmagens no canadá foram pouquíssimas e, qualquer pessoa que se dê ao trabalho de assistir a uma entrevista de meirelles ou até mesmo pesquise por cinco minutos na internet vê que são paulo é o cenário de 90% das externas de 'cegueira'). outro comentário interessante foi a respeito da trilha sonora, que contava com sons altos de metais, balas, etc, o que ebert considerou uma 'violência aos seus ouvidos', ignorando completamente o fato de que, quando somos privados da visão, nossa audição fica muito mais aguçada e isso é ressaltado no filme, dado que o espectador ainda consegue enxergar muito bem, obrigada.

ah, sim, e há também a constante comparação ao 'senhor das moscas' e a constatação de que o filme é desagradável de se assistir. de fato. é um filme muito bonito, mas ele levanta a questão do que acontece quando somos privados de um sentido que pode nos dar uma sensação de poder e liberdade sem ninguém poder testemunhar nossos atos. nesse ponto toda a parte do sanatório é emblemática. a natureza real das pessoas aflora quando suas ações passam despercebidas - pelo menos visualmente-, o que para os internados da ala 3 significa abusar dos outros em benefício próprio. assim, pode-se mostrar tanto o melhor de uma pessoa que nunca se suspeitaria (como a mulher do oftamologista) como o pior também (no caso do personagem de gael garcía bernal).

neste ponto vale um adendo. deve ser de conhecimento geral o boicote em protesto ao filme feito pela a federação nacional de cegos dos estados unidos. bem, nem vou começar comentando a ironia que é uma federação de cegos criticando justamente um filme. considerando o nível de 'especialização' da crítica especializada americana, não me espanta esta reação. já li resenhas que diziam que as cenas que mostravam os cegos andando sobre as próprias fezes e a forte cena de estupro eram horríveis demais e que era terrível pensar que alguém, só porque ficou cego, perdeu a noção de civilidade. nunca foi levantado que este era um filme sobre cegos que se tornam monstros. na verdade isso é não apenas superficial como absurdamente burro (na falta de palavra mais adequada), dado que os ditos 'monstros' representam uma parcela apenas dos personagens e, assim como há pessoas que enxergam que podem ser boas ou ruins, não é porque alguém não pode mais enxergar que se torna imediatamente um santo.

acredito que há dois grandes pontos a se considerar sobre este filme no país de tio sam: primeiramente, que o moralismo norte-americano é maniqueísta, uma pobreza e aberração cultural que desconsidera as milhares de facetas e matizes da personalidade humana; nunca foi colocado no filme que deficientes são vilões, essa leitura rasa só poderia partir de um povo de mente limitada que lê apenas a capa de um livro e não seu conteúdo. segundo: pode ser uma idéia apenas minha, mas às vezes acho que o incômodo que este filme gerou é tão contemporâneo à história e momento atual dos estados unidos que ele basicamente apontou na cara de todos o que realmente está acontecendo. afinal, eis um povo que passou tanto tempo cego em relação à própria situação que, posto diante de uma situação limite e que prenuncia uma crise - das grandes, por sinal -, está lentamente entrando numa situação de caos, vide as addie polks que estão pipocando por lá diariamente. só espero que, assim como no filme, a cegueira branca dos americanos seja de iluminação e redenção, para que se traga uma consciência verdadeira de sua condição e comportamento, e que eles não caiam em uma escuridão absoluta.



OBS: uma dica para nossos queridos amigos do norte, primeiro escutem o que saramago disse, depois dêem seu palpite.




sábado, 16 de agosto de 2008

sim, é com 'X' mesmo

dica pra quem tem blog, curte standup comedy, ou o 'improvável' [levei um pito pelo nome errado - 19-08], ou rir, ou arco-íris, pôneis e filhotes: está rolando na internet uma promoção muito boa da companhia barbixas de humor: entra no site deles, dá uma olhada no regulamento e pega um dos vídeos da playlist deles e posta no seu blog. aí, manda um email pra eles avisando e você, como num passe de mágica promovido pela rapidez da tecnologia, ganha dois ingressos pro espetáculo novo dos caras, o 'em breves'.

então, aproveitem, afinal, postar vídeo no youtube não custa nada, você promove o trabalho dos barbixas e ainda descola ingressos pra passar uma noite que vai variar do comum pizza+cinema ou balada+banheira com gelo.



domingo, 3 de agosto de 2008

Together we're invincible - Muse em São Paulo, HSBC Brasil

Fonte da imagem: UOL Música

três dias depois do burburinho, vou escrever sobre o show impecável do muse no hsbc brasil.

nem vou comentar muito sobre o show do jay vaquer. fiquei sabendo que ele tem parentes que são donos do hsbc brasil, o que explica muita coisa, porque eu acho que nunca vi algo tão ruim antes. sério. desde as interpretações das músicas de vaquer, que misturavam um jeito de 'garota fantasia' com ator da 'malhação' (não estou brincando, ele é muito ruim, alguém devia mandar ele parar de atuar com a música), a banda parecia estar tocando só pra constar. se bem que ao mesmo tempo que foi ruim, foi divertido, especialmente pelo tecladista que estava bem no meu campo de visão e tinha uma cara bastante cômica de desorientação. por um momento eu achei que ele ia chorar no meio do show... músicas ruins, som péssimo, tudo errado...

enfim... mas vamos falar sobre a banda que vale a pena.

muitas pessoas botaram defeito no fato de que o show em são paulo (assim como o no rio) foi muito pequeno, se comparado ao que normalmente se vê da banda pela europa, mas convenhamos: por mais que seja uma ótima banda, o muse não é nenhum U2 ou madonna por essas bandas, então é bastante ingênuo achar que eles atrairiam uma mesma quantidade de pessoas para o seu show. de fato, pelo que eu vi nos jornais 3500 pessoas foram ao show, sendo que a capacidade do hsbc brasil é de 4000 pessoas. ou seja: foi na medida certa.

por sorte (e graças a meu tipo físico de maratonista queniana), consegui correr para a grade, o que não veio sem seu preço: para a minha surpresa, senti no corpo a mesma empolgação dos fãs
que eu senti no show do U2, quando praticamente tentaram me soldar contra a grade. e foi num desses momentos que eu vi (enquanto pensava se meu fígado estava entrando em colapso) que, por mais que não seja banda de estádio por aqui, o muse com certeza possui um público que apresentou uma paixão pela banda como se eles tivessem lotado o maracanã. foi o mais próximo que eu vi de uma verdadeira adoração: naquela noite formou-se um coro extremamente competente de 3500 vozes que acompanhavam cada nota de cada música, fosse no vocal ou até mesmo nos instrumentos. isso sem contar que logo na fila um grupo de garotas distribuiu um pedaço de jornal para cada pessoa, para que fosse todo picado e jogado no ar quando matt bellamy cantasse 'feeling good'. se não íamos ver um show com toda a parafernália tecnológica (e, realmente, muito legal) dos shows maiores, tentaríamos tornar aquela experiência uma versão pocket de algo verdadeiramente inesquecível.

a produção do show em si variava entre o moderno e um kitsch que me fez rir: um telão ao fundo mostrava animações que acompanhavam algumas músicas, mas o mais divertido mesmo foram os rojões de gelo seco na frente do palco e o piano branco no palco, assim como os balões enormes brancos com papel dentro que foram jogados para a platéia brincar.

musicalmente, foi provavelmente um dos melhores shows que eu vi. emocionalmente, eu achei que eagles of death metal e franz ferdinand foram melhores, mas aí é uma questão muito mais subjetiva, afinal, eu não estava num bom dia quando vi o muse. mas reconheço que eles beiraram a perfeição. a banda estava inteira afiada, bellamy fez todo o seu contorcionismo com a guitarra e sua voz é tão incrível ao vivo como nos álbuns. de longe o mais empolgado com o show era o baterista dominic howard, que pegava o microfone uma hora ou outra para falar com o público, o que por si só é algo incomum, mas deu um charme a mais à apresentação. achei que a escolha para abrir o show foi certeira, com 'knights of cydonia'. subitamente a pista se transformou numa massa de gente pulando junto e eu acabei carregada, uma vez que me apertaram de uma forma que quando eu pulei, demorei para voltar ao chão (assustador, mas divertido). tocaram mais as músicas dos últimos álbuns, valendo as obrigatórias 'supermassive black hole', 'starlight', 'plug in baby', 'time is running out', 'hysteria' e 'new born'.

apesar de ter levado um desfalque de 50 reais pela apreensão de pertences na porta (o que me fez na verdade pagar 120 reais pelo show, não só os 70 do ingresso), o muse fez tudo valer a pena. por uma noite vi uma banda que eu adoro desde os meus não tão longínquos 17 anos e pude testemunhar um milagre na mesma noite: emos, indies, metaleiros, patricinhas e boys convivendo em hamonia por pelo menos uma noite.

o setlist do show foi esse:

knights of cydonia
hysteria
bliss
map of problematique
supermassive black hole
butterflies and hurricanes
citizen erased
feeling good
invincible
new born
starlight
time is running out
plug in baby

bis:
stockholm syndrome
take a bow

terça-feira, 15 de julho de 2008

Over and over and over and over and over...


já cansei um pouco de ver filmes sobre a insatisfação geral da humanidade... uma grande parte dos filmes ultimamente tem se dedicado a falar sobre pessoas que não sabem o seu lugar no mundo, como é a sua angústia, etc etc etc... eu me identifico um pouco com esses filmes (não tenho a mínima noção do que eu vou fazer de fato com a minha vida, por mais que eu esteja chegando ao final da faculdade), mas até eu estou já cheia do disco riscado... é como se você ouvisse uma amiga sua reclamando pela enésima vez que os homens não prestam. tá, tudo bem, mensagem recebida, e agora? vamos fazer algo não auto-destrutivo a respeito?


obs: por sinal, visitem o blog do sieber (tem o link na lista do lado direito)... vi um site hoje lá absolutamente genial, o http://iamneurotic.com/

Rated R

não tenho muito a dizer, só queria postar dois trailers proibidos para menores de filmes igualmente politicamente incorretos que vão estrear em breve, choke e tropic thunder:






domingo, 13 de julho de 2008

O inferno são os outros

três vezes eu tentei atualizar este blog... três vezes não deu certo... assim, passei mais de um mês com o espaço deixado às moscas. minha maior sorte, neste caso, foi que aparentemente gostaram bastante do curta do don hertzfeldt, o que em parte me redimiu e me deu liberdade para procrastinar ainda mais as atualizações daqui.

pois bem, se o tempo distante me tirou parte das palavras, também me permitiu olhar com mais atenção para o mundo à volta e, espero, conseguirei chegar até o fim deste post e vou publicá-lo, de uma vez por todas.


primeiramente, o título é completamente aleatório. eu sempre quis usar essa frase em algum lugar e achei que combinaria com o meu retorno espetacular ao blog colocar algo chamativo assim... ok, o retorno não é bem ESPETACULAR, mas eu estou feliz por escrever aqui novamente...

decidi retomar alguns hábitos antigos. um deles foi ir ao teatro. fui ver hamlet, aquele, com o wagner moura... pois bem, fui no dia seguinte à estréia e esperava ver atores afiados com os diálogos, interpretações magníficas... não foi bem isso. não que a peça seja ruim. a peça é muito boa (e olha que eu sou bastante preconceituosa com adaptações 'modernas' de peças tradicionais), a cenografia é bem interessante e a peça é mais 'atemporal' do que 'moderna', mesmo considerando as adaptações feitas no próprio texto. quais foram os poréns? bem, para começar, tonico pereira parecia estar lá para avacalhar. toda hora esquecia suas falas, gaguejava e parecia mais um botequeiro do que tio de hamlet. wagner moura, por sua vez, estava bom no papel. ele é um excelente ator, mas já houveram hamlets melhores, como o interpretado por marcos damigo na fiesp há mais ou menos uns 4 anos atrás. a voz nasalada, a forma como ele cuspia enquanto falava, isso tudo ajudava a criar uma imagem diferente de hamlet, uma imagem mais jovem (o que difere muito da figura madura normalmente vista nos filmes e peças de teatro), mas de forma alguma uma imagem pior. esta peça abriu a possibilidade de uma nova visão do personagem. assim, não foi a melhor peça que já vi, mas valeu a pena pela experiência.


entonces, vou nessa, ansiosa para poder escrever logo sobre a estréia do the dark knight! hasta!

sábado, 24 de maio de 2008

Drinking wine in the afternoon



trabalho, tcc, relacionamentos existentes (ou não), pessoas complicadas e pessoas que não falam...
sério, preciso de um drinque... prometo que mais tarde escrevo um post mais eloqüente...

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A vingança dos incapacitados


primeiro veio o wii para aqueles que (como eu), não sabem jogar videogame sem sair pela sala dirigindo o joystick... agora existe o serviço de busca de músicas perfeito para aqueles que nunca sabem o nome de uma música, nem do intérprete e às vezes nem mesmo em que língua é cantada. apresento-lhes o midomi. nele, você procura uma música cantando-a por 10 segundos e ele, por correspondência, encontra a música que mais se aproxima do que você cantou (ou grunhiu)... eu testei com algumas e percebi que muitas vezes ele não funcionava lá 100%... as que ele identificou facilmente:

tears dry on their own, da amy winehouse
time is running out, do muse
i predict a riot, kaiser chiefs
little room, white stripes
psycho killer, do talking heads
d'yer mak'er, do led zeppelin
addicted to love, do robert palmer
change your mind, do the killers

outras com as quais que ele não teve lá muita facilidade:

dur dur d'être bebé, do jordi
narc, do interpol
sexy thing, do hot chocolate
high voltage, do ac/dc
i'm your villain, do franz ferdinand (sei lá como ele achou que eu tava cantando rammstein)
i want you so hard (boy's bad news), do eagles of death metal


como deu pra ver, eu fiquei (e ainda estou) um tempão me divertindo cantando para o computador e, como eu pude comprovar, a culpa em parte não é dele por não achar a relação exata com algumas músicas procuradas. este é um site que funciona à base de colaboração, então as pessoas que estão inscritas nele cantam os trechos de música, aumentando as chances de correlações corretas para os outros usuários.

divirtam-se e muito 'tan taram tararam biruliru' pra vocês!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Things have changed



diálogo que eu escuto hoje no ponto de ônibus, saindo da faculdade:

- nossa, lembro daqueles dias que a gente passou com 'fulano de tal'...
- pois é... como faz tempo, pensando agora... lembra daquela noite que ele chegou completamente cheirado?
- o cara era completamente maluco, mas era um sujeito excelente...

para quem lê isso, especialmente considerando que isso aconteceu perto do instituto de artes da unesp, parece uma conversa normal de jovens junkies que podem (ou não) estudar por lá. talvez para a surpresa de vocês (e com certeza para a minha naquele momento), os protagonistas desse diálogo eram dois velhinhos que pareciam beirar os 80 anos. talvez eles tivessem bem menos que isso, mas a gente sabe como as drogas detonam a cara das pessoas (keith richards que o diga).

naquele momento eu fiquei num misto de riso e surpresa. nessas horas eu acho que às vezes eu (ou, se eu quiser generalizar, a minha geração) sou muito mais quadrada e certinha do que eu me permito reconhecer. sim, ainda me espanto com velhinhos tatuados e ainda mais com tipos que conversam abertamente sobre drogas - acho que o ponto mais engraçado dessa conversa foi quando um deles virou pro outro e disse 'é, o éter era gostoso, você meio que sentia o nariz desligando o cérebro'; 'pois é, tinha de 20, 40, 60... frasco de plástico, vidro... eu preferia o de vidro, você conseguia ver o quanto tava usando... mas o éter foi proibido no brasil, né?'; 'pois é, rapaz, proibiram no brasil tudo o que era bom...'.

o pior de tudo foi que, no ônibus de volta para casa (eles ficaram lá no ponto, relembrando os tempos de livin' la vida loca deles), eu fiquei me perguntando POR QUÊ eu estava tão chocada. velhinhos não nascem velhinhos, eles foram adolescentes e adultos assim como nós, e, convenhamos, nada do que esta geração está fazendo é lá tão transgressor ou revolucionário como gostaríamos de pensar. assim, é fácil nos espantarmos com uma cena em que pessoas nascidas antes da segunda guerra mundial (e, talvez, até antes da primeira!) discutam sobre temas como esse com tanta desenvoltura.

eu me dei conta de como nós sabemos muito pouco do passado (e por isso temos um sentimento um tanto quanto petulante quanto ao presente) quando comecei a ler um livro chamado "Teorias da Tatuagem" (bastante interessante, por sinal) e, em um determinado ponto, bem no comecinho do livro, a autora começa a falar de como vários membros da nobreza européia adoravam se tatuar. ela até chega a contar a história de uma princesa alemã que, fascinada com as tatuagens japonesas, fez um dragão azul e vermelho ao longo de todo o braço! isso sem contar as inúmeras figuras históricas (desde tolstöi a jfk) que adoravam tatuagens ou que possuiam várias imagens revolucionárias na pele. isso é uma subversão que hoje em dia a nossa geração está longe de apresentar porque nada que é feito atualmente vai chocar tanto quanto o que já vem sendo feito ou que já foi feito há séculos, senão milênios atrás.

sei lá, nessas horas eu vejo como muitas vezes a gente pensa que sabe tudo e na verdade não sabe nem da metade...

domingo, 13 de abril de 2008

Apropriando-me de outras palavras...

eu sei que isso é muito brega - colocar um trecho de texto no post -, mas hoje eu comprei o 'para viver um grande amor' do vinícius de moraes que veio naquela coleção de grandes autores da folha e o primeiro texto que eu abri foi esse:

Separação

Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente irremediável.

No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta sentiu que nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é história do mundo.

Ela o olhava com um olhar intenso onde existia uma incompreensão e um anelo, como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo impossível entre eles.

Viu-a assim por um lapso, em sua beleza morena, real mas já se distanciando na penumbra ambiente que era para ele como a luz da memória.

Quis emprestar tom natural ao olhar que lhe dava, mas em vão, pois sentia todo o seu ser evaporar-se em direção a ela. Mais tarde lembrar-se-ia não recordar nenhuma cor naquele instante de separação, apesar da lâmpada rosa que sabia estar acesa.

Lembrar-se-ia haver-se dito que a ausência de cores é completa em todos os instantes de separação.

Seus olhares fulguraram por um instante um contra o outro, depois se acariciaram ternamente e, finalmente, se disseram que não havia nada a fazer.

Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de secionar aqueles das mundos que eram ele e ela.

Mas o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar, sentindo o pranto formar-se multo longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um rio que nasce.

Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos de suas vidas, não lhe dava forças para desprender-se dela.

Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca.

Sabia, também, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, de sair, andar, fazer coisas, distanciar-se dela cada vez mais, cada vez mais.

E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele abençoara com os seus beijos e agasalhara nos instantes do amor de seus corpos.

Tentou imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, perdida em suas cogitações próprias - um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas.

De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber para onde…

li outra coisa dele aqui na internet que eu achei bastante apropriada para o meu atual momento:


Amigos

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.

Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.

E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!

Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

"A gente não faz amigos, reconhece-os."



o homem podia ser até um bêbado mulherengo, mas eu sou obrigada a reconhecer que ele entendia muito de algumas coisas...

domingo, 6 de abril de 2008

O lado negro da inclusão digital...



OBS: atenção que as semelhanças não parecem ser muitas, mas a arcada dentária jamais mente...

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Rock me, shock me





mais uma vez, vou fazer auto propaganda...

hoje recebi um email muito esquisito do alberto ruiz dizendo que ia me mandar o primeiro anuário dele de arte, o eye candy from strangers 1.0. eu tinha mandado uns trabalhos meus pra esse anuário, mas, não tendo recebido resposta (pelo que eu me lembrava) dele falando que eu havia sido selecionada, desencanei. o tempo passou, o anuário - que deveria ter saído em agosto - não aparecia e eis que hoje vi este email respondendo a mensagem que eu havia mandado ao ruiz em 30 de abril de 2007:

Alberto Ruiz escreveu:
Dear Clarissa,

The books are here, please email me your current address and I'll ship you a copy ASAP.
As per our agreement you pay for the shipment, I'll calculate the shipment charges after you send me your address.

Once you receive the book you can post a link to our blog and give your review. That would be enormously appreciated.
Thank you so much for being a big part of this.

Best,
Alberto
Feed your Soul, Draw Something!


fiquei curiosa pra saber se ele ia lançar outro eye candy esse ano (afinal, isso é um ANUÁRIO) e vejo no post do blog dele falando sobre o primeiro livro a capa - muito bonita, por sinal - e... a primeira página com um desenho meu! minha primeira reação foi 'que diabos isso tá fazendo aí?!', depois de uns 10 segundos, eu entendi o que estava acontecendo, mas não entendia COMO. até confirmei agora e REALMENTE eu não recebi nada, então sei lá... acho que só posso ficar alegre e achar ótimo ter conseguido essa oportunidade! assim que o livro chegar eu mostro outras páginas pra vocês, ok?

até!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Mais do mesmo



nos posts anteriores eu citei algumas coisas que todo mundo ama meter o pau:

- CSS
- MariMoon
- Indies/emos/qualquer outra tribo de adolescentes deslumbrados

tudo isso, junto com gente falando que não agüenta mais o bono, angelina jolie, scarlett johansson ou o tom cruise meio que mostra quais são as 'piadas de argentino' da nossa geração: todo mundo sabe que falar disso é repetitivo e lugar comum, mas ninguém se cansa de esculhambar só mais um pouco.

nesse grupo também está a infame emetevê. se você conversar com qualquer um na faixa dos 20 e poucos anos, vão falar que a mtv é um lixo (a própria mtv americana já está indo de mal a pior há anos... acho que no último vma tentaram recuperar a honra e dignidade perdidas). não vou negar isso, a mtv tá bem ruim das pernas: ela se restringiu a reality shows de tunning e namoro na tv e a música tá passando bem longe. mas, ao mesmo tempo, todo mundo que mete a boca na mtv falando qualquer coisa só fala por ter conhecimento de causa, por assistir ao canal. quem teve a adolescência nos anos 90 foi geração mtv e de fato era muito mais legal naquela época do que hoje em dia (eu adorava ver o radiola, apresentado pela chris nicklas). mas fato é: sempre, em algum momento da sua semana, você acaba vendo um top top, ou assistindo um mtv+ e, se bobear, vê nem que sejam 10 minutos do scrap só pra ter do que reclamar no dia seguinte com os amigos na faculdade.

para o bem ou para o mal, a mtv virou aquele 'pecado indizível', o canal que você 'acidentalmente' assiste, mesmo sabendo o quanto é ruim. de certa forma isso é péssimo pra aura de 'cool' que eles buscam ter, uma vez que nem ver novela pega tão mal quanto falar que se assiste à mtv. se bobear, nem ver superpop queima tanto o filme. e nessa situação quem acaba se dando melhor é a vh1.

para quem tem esse canal na tv a cabo, a vh1 começou muito tímida aqui no brasil. detalhe que esse canal é mais antigo do que a própria mtv, então, considerando isso, desenharam o canal pra cá como uma fonte de videoclipes pra geração 80/90. assim, só lá você pode ver pérolas como o clipe da 'same as it ever was' do talking heads, mas também passam clipes mais recentes, como o do the killers com o lou reed, os do próprio css (que está junto com o bonde do rolê num pedestal elevado pela mtv) até o do seal eles passam! lá também tem uns programas meio nada a ver como os de celebridades, mas passam também filmes fantásticos no 'movies that rock' e eu gosto bastante dos '60 melhores clipes', em que eles pegam 60 clipes para se encaixarem numa categoria (penteados ridículos, para pular carnaval, para comer chocolate, etc). mas o mais interessante é que a vh1 é a prova de que todo o trabalho ao qual se dão na mtv leva a praticamente NADA: eles não têm vjs, quase não têm propagandas de patrocinadores e passam clipes quase que o dia inteiro e conseguem ser infinitamente MELHORES do que a mtv. a conclusão é simples: para quem gosta de verdade de música, tanto faz ter um boneco de posto falando o nome dos clipes ou a luísa. o que importa é A MÚSICA. só. por isso que o único programa que eu realmente gosto da mtv é o lab. é o que restou do que foi um dia bom de um canal que hoje em dia preza mais ter vjs histriônicos que pagam de über-cools e descolados, concursos para escolher a vocalista de uma banda que é um lixo, nem as vinhetas prestam mais (sou saudosa dos tempos que tinha aquelas vinhetas assustadoras do hoogerbrugge) e ainda por cima eles tem AINDA a marina person que, convenhamos, está meio velha para figurar com o leo madeira em qualquer coisa.

terça-feira, 25 de março de 2008

From Hell



recebi ontem uma matéria do g1 que basicamente anunciava algo já esperado há muito tempo:

Ex-emos migram para a tribo adolescente ‘from UK’


não estou nem um pouco surpresa. como disse sabiamente um amigo meu, o calça, é de se espantar a 'evolução' que esse povo passa, afinal, eu acho que o próximo estágio vai ser provavelmente o apocalipse. mas eu achei interessante ter o rótulo 'from uk'... ser 'from uk' não é ser indie? indies existes há tanto ou mais tempo do que os infames 'from uk'. eu até comentei isso com um amigo meu: lendo a reportagem e vendo como eles são fraquinhos da cabeça, coitados, acho que eles vão ser párias até dentro do mundo indie, do qual tentam participar. é triste só porque ser bobo quando se é adolescente é normal, mas, como foi muito bem dito no blog 'BaixaComBustão':

Mas a verdade é: os ícones de hoje em dia, são adolescentes que “tiveram coragem” de pintar o cabelo de azul, cortar estilo cabeção, dizer que curtem bandas que ninguém sabe falar o nome, fazer uma tatuagem aos 15 anos e por postar 6 fotos por dia, cheias de Photoshop. Coragem entre aspas porque, se você for visitar alguns fotologs poderá ver que esse estilo se tornou muito comum.

Claro que existem os fotologgers de 20 anos pra cima, que ainda não conseguiram se desprender da pose de wannabe de celebridade. Continuam fazendo os mesmos posts vazios, dizendo que são coisas que não são, apoiando o vegetarianismo e usando couro, dizendo que são adeptos ao Comunismo e ligando exclusivamente para o dinheiro. Pessoas de 20, 25 anos, que TEM que possuir um Gold Camera, senão a vida se torna uma lástima. Afinal, o que seria dos falsos ídolos sem seus 200 comentários, de pessoas que nem conhecem o idolatrado, mas que chegam a desistir de sua festa de aniversário, para poder encontrar a celebridade em um evento? E, sim, isso aconteceu.


isso me entristece. de verdade. porque isso mostra que AS PATRICINHAS NÃO MORRERAM! elas só tem um rótulo supostamente rocker... mas é dose... primeiro tivemos emos, agora eles cansaram de apanhar e viraram 'from uk'... cada hora sai um monstrinho novo da pokebola. e o pior de tudo é que, se todo mundo reclamava dos emos, pelo menos eles ficavam na deles, chorando e usando roupas de gente com QI limítrofe. essa nova raça é pior, com cabelos de guaxinim e preocupação excessiva em ser cool e estiloso. e ainda por cima recrutam!

não acho ruim que tenham blogs e fotologs. não vou cuspir no prato em que como. não acho que eles devam usar a fama também para falar da situação política do país porque, a bem da verdade, por mais que nós saibamos que isso seria o ideal, se os 'fãs' desse povo acham FA-BU-LO-SO eles ficarem falando de tintura azul e CSS, dificilmente eles iam acompanhar com o mesmo empenho discussões com palavras polissílabas como 'corporações'. eu acho que é até possível, mas precisaria de uma transição muito lenta, algo que acompanharia a mudança de uma coleção para outra da 'laundry', talvez. mas isso pega muito no post que eu fiz sobre a 'nova fama'...

é triste que o culto apenas à imagem esteja se tornando tão grande a ponto de adolescentes provocarem modificações grandes e meio brutais no próprio corpo só para se encaixarem num grupo. eu adoro tatuagens e estou há uns 5 anos pensando em fazer uma, pesando prós e contras. eles fazem um monte sem nem parar pra pensar que isso é permanente! isso sem contar que uma coisa sempre me intrigou: de onde sai o dinheiro pra isso?! que pais negligentes permitem que um adolescente se tatue (e pior, patrocinam)?! ou botar um alargador enorme na orelha? porque cabelo é reversível, de resto é preciso cirurgia plástica, que é bem mais cara do que o preço pago para se fazer uma tattoo.

mas, como eu disse, são adolescentes, é normal fazerem bobagem. só espero que eles não se arrependam no futuro das decisões que têm conseqüências permanentes, porque para revertê-las a dor vai ser bem maior do que só no orgulho.


atualização 21:02: vendo esse texto, tudo faz sentido agora... e achavam as barbies perigosas...

segunda-feira, 24 de março de 2008

Pausa para os nossos patrocinadores




clipe no qual eu e o freddy fizemos direção de arte... a árvore vermelha foda é crédito dele... sim, eu faço auto propaganda... me processem

domingo, 23 de março de 2008

Aproxime-se da imagem e veja o que as crianças do país adoram fazer!


há algum tempo que eu estou pra fazer propaganda de alguns sites e blogs ótimos para quem curte quadrinhos (ou não):



- Superdickery: um site muito bom com capas, quadrinhos originais (e/ou manipulados) do super-homem, basicamente só para mostrar como ele é um cretino.

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- Comics Make No Sense: um blog dedicado a colocar quadrinhos e analisar a ambiguidade das histórias ou como elas simplesmente não fazem o mínimo sentido. destaque pra maior parte das histórias serem de uma hq meio obscura sobre a legião de super-heróis.

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- Garfield Minus Garfield: um site criado com uma proposta genial - provar que as tirinhas do garfield são um horror POR CAUSA do garfield! assim, o que se faz é retirá-lo das histórias e deixar apenas o jon em cena, transformando a sua tirinha de jornal em uma discussão complexa e dadaísta sobre transtorno bipolar, esquizofrenia, depressão e solidão nos subúrbios americanos.

***



- Lazagna Cat: outra proposta genial anti-garfield. basicamente as tirinhas são reencenadas com atores de carne, osso e fantasias da 25 de março, depois elas viram experimentações videoclípticas que... eu não sei nem explicar, o efeito você só sabe vendo por si mesmo.

sábado, 22 de março de 2008

i've got 99 problems and a bitch ain't one



eu suponho que todo mundo já saiba do escândalo envolvendo o governador de nova york, o spitzer... hoje vi no noticiário que a prostituta que o entregou chegou em são paulo e já está sendo assediada pela imprensa, e sua mãe declarou em entrevista que está 'muito orgulhosa' da filha...

me chamem de puritana, mas sou só eu que acho engraçado que atualmente ser puta* é pop? primeiro tivemos a bruna surfistinha (que, curiosamente, estudou no mesmo colégio que eu... infelizmente isso diz bastante sobre as alunas do maria imaculada) que lançou o livro, virou celebridade e o livro vai virar filme. teve também aquela italianinha do '100 escovadas antes de dormir', mas ninguém se importou muito com o fato de que aos 16 anos ela tava levando um estilo de vida gene simmons. aí, agora nós temos a nossa OUTRA prostituta que atingiu o status de celebridade só porque ela entregou um político hipócrita.

não acho que ela não deva ser congratulada por ter dado a cara a tapa pra dedurar o spitzer, até porque isso poderia ter trazido sérios problemas a ela. mas eu fico intrigada sobre como é fácil ser famoso hoje em dia. especialmente nesses termos. se você tem um filho com algum jogador de futebol ou celebridade, você fica instantaneamente conhecido, ainda consegue fãs, e, se bobear até um programa na redetv!

***

em tempos de internet, a coisa mais fácil é se tornar conhecido. vamos levar em conta a mari moon, por exemplo. é claro que ela não se encaixa na descrição de vagabunda que eu estava usando, mas ela ficou famosa por ter um fotolog... do blog ela criou a própria linha de roupas, os cosplayers curtiram ela, depois os 'moderninhos safados' e agora ela tem um programa na mtv. é uma trajetória interessante, levando em conta que a única coisa que a menina fez foi EXISTIR. o que acontece é que é muito fácil se expor e ter alguém que te encontre, goste do que viu e mande isso pros amigos, que mandarão pra outros amigos e por aí vai. vivemos meio que numa 'spam generation'. o exemplo de uma mari moon mais extrema que vive nos estados unidos é o maquiador/cantor/drag queen jeffree star.

e cada vez mais as pessoas se colocam num holofote virtual e cada vez mais vemos essas revelações do myspace e flickrs de anônimos que viram prodígios. acredito sinceramente que dá pra achar sim algumas pérolas na internet, mas, na minha opinião, mallu magalhães não é tudo isso (na real, quem ainda escuta o que o lúcio ribeiro tem a dizer?!), arctic monkeys é uma banda bem da mediana (já disse que estou cansada de 'revelações' do rock que tocam as mesmas músicas com a mesma porcaria de voz desafinada, guitarra estridente e som intimista... por essas e outras que estou preferindo ouvir gnarls barkley, eagles of death metal, ac/dc, etc.) e css já cansou um pouco, muito embora eu ache que eles melhoraram muito no som do primeiro álbum para o segundo (por mais que a atitude deles de 'queria ser europeu' esteja cada vez pior).

no final do dia, eu acho que há um nivelamento por baixo acontecendo. o excesso de informação criou 'sensações de 5 minutos'... toda banda vira 'um sucesso só' e qualquer um pode se tornar o próximo hit na internet, tv, etc, com direito até a seus próprios vídeos no youtube. poucos sobrevivem, mas o resto acaba só ficando no limbo do: é divertido, é popular, é descartável.



*me desculpem pelo palavreado

sábado, 1 de março de 2008

Questão de pele

pintura FANTÁSTICA da Kat von D feita por Shawn Barber


há muito tempo que o canal pago people + arts vem exibindo, religiosamente, exaustivas reprises do programa miami ink. recentemente, descobri que um dos membros da equipe, a tatuadora kat von d, tinha o seu próprio programa com o seu próprio estúdio de tatuagem e funcionários. fiquei espantada ao descobrir, via youtube, que ela havia sido demitida por ami e que ESSE episódio o people + arts nunca havia mostrado. pois bem, e qual seria esse novo reality show da moça com tatuagens do beethoven? algo pouco criativo, no caso, um programa ambientado em los angeles chamado (pasme!) LA Ink. dado que eu acho que nunca vão passar esse programa no p+a, deixo aqui um link do sidereel pra quem quiser assistir em divx, totalmente grátis!

o formato não é lá muito diferente do miami ink, talvez tirando o fato de que kat von d é infinitamente mais carismática do que o ami james. como eu gosto muito da kat von d, conseqüentemente gostei do programa. algo interessante (e bastante conveniente) é que, uma vez ambientado em los angeles e, mais exatamente, em hollywood, os clientes da srta. von d são muito mais estelares, o que torna o programa mais atraente...

sinceramente, miami ink seria muito melhor SEM o ami. eu sempre achei ele muito ruim, em todos os sentidos. ruim como apresentador, ruim como tatuador (ele SÓ FAZ CARPA!), ele só sabia reclamar o programa inteiro e ficar pagando de gostoso. era irritante, quando não constrangedor vê-lo na tv. dos tatuadores do estúdio, além da kat von d, eu só gostava do trabalho do chris garver e preferiria um milhão de vezes que o chris nuñez fosse o apresentador, apesar da voz de desenho animado dele.

***

em paralelo, o p+a está fazendo convocações para as pessoas que quiserem participar do novo rio ink. como paulistana, fico um tanto quanto ofendida com a iniciativa. o led's é um estúdio muito famoso e NÃO VAI ser lá?! e, antes que perguntem, não, eu não fiz tatuagem no led's (não tenho nenhuma, aliás) e não trabalho lá também.

não divulgam qual é o estúdio que vai fazer o trabalho, mas estou curiosa para saber, até para que as pessoas conheçam mais sobre a tatuagem no brasil, algo que não é muito conhecido por aqui e normalmente está relegado a algumas matérias mostrando tatuados como totais freaks no jornal hoje.

até, pessoas!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

(seu título aqui)

imagem aleatória só colocada porque eu achei estilosa...



filmes para ver:
- sangue negro
- juno
- onde os fracos não têm vez
- sweeney todd
- persépolis
- paranoid park
- elizabeth - a era de ouro
- senhores do crime


músicas escutadas:
- 'gold digger', kanye west + jamie foxx
- 'pa bailar', bajofondo
- 'sexyback', justin timberlake
- 'hey ladies', beastie boys
- 'operate', peaches
- 'galang', m.i.a.
- 'she's a bad mama jama', parliament


livros para ler:
- 'história da beleza', umberto eco
- 'design e comunicação visual', bruno munari
- 'sistema da moda', roland barthes
- 'fragmentos de um discurso amoroso', roland barthes


descobertas feitas:
- epocler é a melhor invenção do mundo
- vale mais a pena comprar qualquer coisa
importada pela internet do que dentro do brasil (comprovações dessa teoria aqui, aqui e aqui)
- quando você perde algo demora meses para encontrar, mas, quando menos espera (ou precisa), você acha
- salto alto é a comprovação de que mulheres são masoquistas
- de 110 contatos de msn, você nunca conversa com mais do que 10
- males necessários: agenda e guarda-chuva... ambos ocupam espaço, nem sempre você os usa e não são lá muito convenientes até o momento em que você percebe que precisa de um deles desesperadamente
- não existe nada mais reconfortante do que matar saudades daquilo que era bom (seja isso um amigo, um corte de cabelo ou até um doce)

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Faz-me rir


alexandre frota evangélico? é o fim dos tempos...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Tirando a sorte



não sou uma pessoa muito afeita às complexidades desta vida... assim, não entendo porque...

... nem tudo funciona em termos de preto e branco...
... não encontro um sapato preto fechado e de bico redondo...
... é tão difícil ter a idéia mais simples e básica do mundo...
... não consigo deixar de ser teimosa mesmo quando eu já estou sentindo que isso está fazendo mal...
... não sei cozinhar...
... meu quarto está uma bagunça...
... tem sido tão estranho voltar a ser solteira, mesmo depois de quase 5 meses...
... nem tudo é o que parece e especialmente porque nem todas as pessoas são o que parecem...

eu vou ficar pensando aqui... e estudando, coisa que eu parei de fazer há uma semana e foi um grande erro. se alguém souber de alguma coisa, me avise. vocês sabem onde me encontrar.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Quadrado de bolso


procurando uma letra de música da peaches, a 'hanky code', me deparei com isso. não sei com o que eu me surpreendi mais: com o fato de que REALMENTE existe um código de lenços no bolso da calça, de como isso é antigo ou de quantas opções estão disponíveis (ou quão estranhas são algumas delas)! bem, olhem aí e escolham os que vocês mais gostariaM de usar... eu vou com o laranja do lado direito durante o dia e oncinha do lado direito à noite...


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Nunca diga nunca

não sei se alguém conhece essa música, mas eu adoro... procurem a versão do queens of the stone age que é ótima também:





obs: odeio gente complicada

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

The name is Todd...

e, morbidez à parte, depois dêem uma olhada no site do filme sweeney todd. lá colocaram à disposição dos usuários um programa no qual você pode editar o seu próprio trailer... bem interessante...

Folia e muito Arbeit Macht Frei pra galera!

essa semana fui agraciada com uma notícia que explica muito porque é tão usada a frase 'só no brasil':


tem tantas coisas erradas nessa notícia que eu nem sei por onde começar... para começo de conversa, eu gostaria de saber de quem foi a idéia brilhante de fazer "um carro alegórico preto e marrom com esculturas de dezenas de cadáveres"... eu rio só de pensar na idéia de que vai ter um monte de mulatas requebrando ao lado dos bonecos de fibra de vidro com a estrelinha amarela no casaco e os números registrados no braço. mas aí você se pergunta 'que diabos tem a ver um carro sobre o holocausto com o carnaval'? pois bem, isso também é explicado na história: o tema da viradouro deste ano se chama 'é de arrepiar'... aí, eu nem sou capaz de elaborar melhor do que o próprio carnavalesco responsável por isso: "A escola vai abordar em seu desfile as diversas formas de arrepio, segundo o carnavalesco, desde o arrepio do cabelo até o arrepio causado por uma execução". como eu acho que talvez isso não tenha ficado em destaque o suficiente, vou repetir em letras maiores e negrito...

até o arrepio causado por uma execução

eu adorei isso! de onde ele tirou essa idéia?! porque, realmente, dá um arrepiozinho na espinha a idéia de que você vai entrar numa sala achando que vai tomar banho com uma galera e depois acaba morto e rosado! não bastasse o espetáculo macabro que a idéia sugere, ainda existe o fato de que esse carro está nos últimos retoques, em que haverá uma pilha de corpos amontoados, caso você ache que ter um carro sobre genocídio é ser pouco explícito para o povo, joga uns corpos e a gente fecha a idéia, ok? mas, para mostrar que até ele tem um pouco de bom senso, disse que o carro não vai ter pessoas de verdade em cima, porque "Se tivesse alguém sambando em cima dos mortos aí sim seria um desrespeito"... se bem que eu não sei, essa seria a oportunidade perfeita para colocar uns caras caracterizados de edward norton no 'outra história americana' em cima do carro.

não sei se o carro vai conseguir desfilar ou não... espero que consiga, porque eu fiquei muito curiosa a respeito... mas, se não conseguirem, tenho outras idéias de carros que eles podem fazer nos próximos carnavais, como: 'aterrorizou geral', poderiam fazer uma réplica das torres gêmeas pegando fogo, pedaços de pernas e braços enfeitariam toda a volta do carro e as mulatas iam se vestir de turbante e iam ter uns pacotinhos de C4 como tapa sexo; o próprio carro alegórico podia ser uma espécie de carro bomba, soltando fumaça e faíscas; 'OD e VC', o carro teria a imagem do tim maia com os braços abertos, e as mulatas estariam vestidas de seringa, a bateria desceria a avenida em roupas de comprimidos; e 'já to indo', no qual seria prestada uma homenagem aos grandes suicidas de todos os tempos.

domingo, 27 de janeiro de 2008

De volta à civilização



o que não é me dar ao trabalho de dedicar 10 minutos do meu dia para tentar me atualizar sobre música...! ainda estou ignorante sobre muitas coisas que estão hypadas por aí (inclusive por vontade própria... porque se eu vir mais uma banda indie de guitarra estridente, vocal fino britânico e som "intimista", dou um tiro na cabeça), mas fiquei sabendo de uma banda que eu gosto e que vai lançar um trabalho novo bem interessante. é o hot chip, que vai lançar o álbum sucessor ao bom 'warning' e cujo single é a 'ready for the floor', que eu inclusive coloquei no player aí do lado. o remix da música feito pelo soulwax também vale a pena procurar, eles deram um trato mais dançante na música, que por si só eu acho que é ótimo material para se colocar na pista. estou esperando agora para ver se o álbum todo vai corresponder às expectativas geradas pelo single. porque eu gosto do 'warning', mas acho que o álbum todo não se mantém, tem muitos altos e baixos (com o destaque óbvio sendo para as ótimas 'boy from school' e 'over and over')...

outro grupo que eu conhecia pouco e a vh1 me ajudou a expandir os horizontes foi o junior senior (que todo mundo, como eu, conhece principalmente pela 'move your feet', que tem o clipe pixelizado com o esquilinho e tal). hoje, assistindo aos '60 melhores clipes para viajar na maionese', tocou uma música deles que grudou na minha cabeça, a 'can i get get get'. aí, entrei no limewire para baixar essa e outras e adorei absolutamente tudo o que eu ouvi deles! é uma música completamente despretensiosa, alegre e ótima para dançar... na verdade dá vontade de ter aqueles momentos de 'musical' ouvindo essa música: você anda na rua, toca isso e você sai dançando e as pessoas em volta fazem o coro, com direito a apontar para todos e dar uma piscadinha de um olho só.

fazia muito tempo que eu não ouvia música eletrônica, a ponto de sair pesquisando algo que não fosse prodigy, fatboy slim ou chemical brothers. encontrei algumas coisas interessantes, como essas músicas, assim como perdi a birra que eu tinha com a peaches: das 3 músicas dela que eu havia baixado, só tinha gostado de uma e olhei com bastante desconfiança para o título de 'glam-shock princess' que deram à ela pelo conteúdo das letras (dado que algumas se chamam 'shake yur dix' e 'tent in your pants', dá pra ter uma idéia do que vem por aí)... de teimosia - e porque eu queria entender porque debbie harry, iggy pop e outros consideravam a mulher genial e só eu achava que ela era bem mais ou menos - e de cabeça aberta baixei mais músicas dela. reconheço que não é tudo dela que eu gosto ('rosa helikopter', por exemplo, é uma música chata pra cacete), mas ela tem coisas boas, como a 'fuck the pain away', 'downtown' (que também está no player para quem quiser ouvir), 'hanky code', 'stick it to the pimp' e 'boys wanna be her'. mas eu ainda fico com um pé atrás sobre o hype, assim como eu nunca boto 100% de fé em nada que é muito badalado.


tem outras músicas no player que eu coloquei para quem curtir a nano-seleção que eu fiz... até, pessoas!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

R.I.P.



04-04-1979 / 22-01-2008

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Stiletto


"Nunca, jamais, em tempo algum, pareça desconfortável ou reclame de um salto alto. Dê sempre a impressão de estar à vontade nas alturas."
Christian Louboutin, designer de sapatos


poucas vezes temos a oportunidade de observar o mundo que nos cerca. quando conseguimos, notamos como certas coisas que nós achávamos que conhecíamos bem nos surpreendem. ontem eu tive essa epifania quando fui para moema procurar um sapato para um casamento.

minha missão era bastante simples: uma vez que as maiores lojas da região (shoestock, jorge alex, santa lolla e studio tmls) estavam todas em liquidação - assim como todo o varejo de moda da cidade -, era a época perfeita para procurar por um sapato bom e pagar um preço mais justo por ele. peguei o meu bilhete único, meu mp3 e saí bela e saltitante na minha busca.

primeira parada, shoestock:
me assustei assim que cheguei na porta. devo lembrar que eram 2 e meia da tarde quando eu cheguei na loja e ela estava lotada, uma profusão de mulheres que andavam por todos os lados e falavam alto e eu só via os sapatos passando sobre a minha cabeça e em todas as direções. impressionante como as palavras 'sapato' e 'liquidação' (ou, melhor, 'queima de estoque') são capazes de transformar um grupo de mulheres (que provavelmente devem ser pessoas normais e centradas) num bando de bárbaras. eu nem conseguia me concentrar direito em olhar os sapatos, o espetáculo à parte era hipnótico demais... isso sem contar que, quando eu comecei a procurar aquilo que eu queria, me decepcionei bastante ao não encontrar. pior: tudo aquilo que eu gostava um pouco mais era muito acima do meu orçamento, provando aquilo que a minha mãe sempre me disse: eu tenho um dedo podre pra essas coisas... sempre o que eu gosto é o mais caro. mas não serei injusta: vi alguns pares bastante simpáticos e com preços acessíveis, mas, como não atingi o meu objetivo ali, segui em frente...

segunda parada, studio tmls:
eis uma loja que é um desperdício. tem um potencial absurdo, pois faz sapatos realmente únicos, têm um acabamento impecável e, por mais que seja cara, está na mesma linha das arezzos e corellos da vida, sendo que a studio tmls é bem mais diversificada e original, mas ela é marcada com o estigma de ser inacessível. tanto é que eu só passei na frente da loja, que, obviamente, estava vazia. comparando com as outras lojas da região, eu percebi qual é o grande erro cometido pela tmls: parece uma butique. assim, você não chega, procura o seu número e prova ali mesmo e vê sozinha se quer comprar ou não. você chega, precisa chamar uma vendedora, mostrar o que você quer no seu número, aí ela vai pro estoque, procura, traz 40 caixas (porque nunca vem só o seu sapato, ela desce a loja inteira pra você) e aí você prova e vê se quer comprar ou não. como ontem eu não tinha nem dinheiro, só tava indo pra fazer pesquisa, nem me abalei para entrar, mas fato é: eu odeio quando eu preciso da vendedora para me ajudar. e isso é algo que, pelo menos no meu caso, eu acho muito irritante. talvez se eles tentarem facilitar a vida de quem vai na loja tornando todos os sapatos mais acessíveis fisicamente ao público, o lugar não fique às moscas.

terceira parada, santa lolla:
essa era uma que eu só fui ficar sabendo da existência ontem. estava procurando a loja do jorge alex quando a vi, com seu pé direito alto e imponente, e decidi entrar, por curiosidade. foi uma surpresa boa. está na mesma faixa de preço da studio tmls, mas devo reconhecer que encontrei sapatos muito bons ali e lá foi o único lugar que eu encontrei o sapato exatamente como eu queria, pena que não tinha o meu número. aí, decepcionada, amuada, à toa e com tempo de sobra (afinal, eu estava sozinha, então fiz o meu itinerário no meu tempo), saí provando todos os sapatos que eu achava mais interessantes (coisa que eu também fiz na shoestock). o meu favorito foi um meia pata cinza muito badass que tinha ali. nesse momento minha animação geral melhorou, embora eu continuasse sem nenhum resultado positivo na minha busca. mas eu estava tão feliz colocando os sapatos e olhando no espelho que até uma vendedora que me atendeu riu da situação. afinal, já que eu havia falhado, só restava me divertir um pouco. terminado o momento lúdico na loja cara, fui para a minha última loja...

última parada, jorge alex:
se a shoestock me assustou, essa aí me deixou pasma. estava tão ou mais cheia, mas ali a carga de estrogênio estava infinitamente mais descontrolada. pra ser bem sincera, não achei a loja tudo isso, o lugar tava uma ZONA (os sapatos se amontoavam nas prateleiras, mostrando que as vendedoras, na gana de queimarem com todo o estoque, estavam claramente colocando mais sapatos do que as prateleiras comportavam), tinha mulher em tudo quanto era canto, parecia a 25 de março, só que com gente que tinha carro importado. isso sem falar que eu vi lá vários sapatos que estavam à venda na shoestock, mas eles tinham a etiqueta 'jorge alex' e, como se não bastasse, estavam MAIS CAROS! como lá eu também nem cheguei perto de encontrar o que eu queria, saí provando os pares mais feios e estranhos que eu encontrava, mas aí o excesso de gente não tornou a experiência tão divertida quanto nas outras lojas.


depois de quatro horas de empreitada, concluí que:
eu realmente odeio sapatos de bico fino e, infelizmente, eles são o que mais tem em todas as lojas. acho aquilo detestável, pelo menos em mim: parece sapato de alladin, como um amigo meu já disse e, sei lá, pra que usar um sapato que faz o seu pé parecer maior do que é, além de disforme?!
sapatos de decote raso são nojentos: não tem visão mais dantesca do que as fendas dos seus dedos saindo pelo sapato.
não sou uma pessoa pra usar chinelos ou sandálias: eu tenho o pé chato (o que, por sua vez, me torna uma pessoa também não apta ao serviço militar), então eu podia pegar as sandálias mais lindas do mundo, mas ao olhar para baixo eu tinha a clara sensação que os meus pés estavam se desfazendo para fora do sapato, algo que me lembrou muito aquela cena do indiana jones quando os nazistas abrem a arca perdida. fiquei traumatizada.
sapatos redondos são lindos e eu já estou de saco cheio de peep toe, tiras cruzadas e bico fino (eu sei, já falei, mas eu realmente odeio isso)... só tem isso nas lojas! é desesperador ver que, dentre 400 sapatos, você consegue encontrar só dois pares que são diferentes de todo o resto!
plataforma anabela de cortiça... coisa feia do inferno.
a física não explica como que é possível se equilibrar num salto agulha; eu nunca temi tanto pela minha vida...


no final das contas eu acabei descobrindo que tem uma loja aqui do lado de casa com o que eu queria, ou seja, eu nem precisava ter me dado a todo esse trabalho, mas valeu a experiência mesmo assim... me ajudou a escrever provavelmente uma das maiores (no tamanho, pelo menos) atualizações desse blog.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Heart of glass


não sou muito afeita a postar letras em blog, mas às vezes você se sente no clima para ouvir uma só... prometo que não faço isso de novo...


Blondie - "Heart Of Glass"

Once I had a love and it was a gas
Soon turned out had a heart of glass
Seemed like the real thing, only to find
Mucho mistrust, love's gone behind
Once I had a love and it was divine
Soon found out I was losing my mind
It seemed like the real thing but I was so blind
Mucho mistrust, love's gone behind

In between
What I find is pleasing and I'm feeling fine
Love is so confusing there's no peace of mind
If I fear I'm losing you it's just no good
You teasing like you do

Once I had a love and it was a gas
Soon turned out had a heart of glass
Seemed like the real thing, only to find
Mucho mistrust, love's gone behind

Once I had a love and it was divine
Soon found out I was losing my mind
It seemed like the real thing but I was so blind
Mucho mistrust, love's gone behind

Lost inside
Adorable illusion and I cannot hide
I'm the one you're using, please don't push me aside
We could've made it cruising, yeah

Yeah, riding high on love's true bluish light

Once I had a love and it was a gas
Soon turned out I had a heart of glass
Soon turned out as a pain in the ass
Seemed like the real thing only to find
Mucho mistrust, love's gone behind

***

engraçado como todas as cartas de amor são ridículas e, ao mesmo tempo, as músicas de amor também o são, mas nós sempre nos envolvemos com ambas. nossa ridicularidade reside no fato de que nós somos movidos, alimentados, erguidos e derrubados por amor. eu sei, soa muito brega, mas quem já não teve aquele momento em sua vida em que amou tanto algo ou alguém que chegava até a doer, a dar falta de ar? dizem que quando o amor acaba, você sofre... eu não sei, acredito que para aquele que não ama mais não deve ser uma dor tão grande, afinal, ele não sente mais nada, deve ser até catártico... sofre quem ainda ama e não vê isso no outro. se amar é doloroso, mais ainda o é quando você ama alguém que já não o ama mais. é difícil de compreender e aceitar.
além dessa, também existe uma outra situação que eu acho que deve ser igualmente complexa: e se o amor ainda existe em ambos, mas não se sabe o que fazer com isso? soa estranho, eu sei, na verdade parece não fazer o mínimo sentido, mas e se você ama e é amado, e você teve esse momento 'it seemed like the real thing', mas descobriu que não era, no entanto não quer perder a pessoa? como é possível amar alguém e seguir em frente? o que é preciso sacrificar e mais, será que em algum momento você estará pronto para aceitar isso e tomar essa atitude?

faz tempo que eu não atualizo, eu sei, mas acho que por ora eu preciso é organizar os meus pensamentos... nunca o espaço de um assento no sofá me pareceu uma distância tão grande...

sábado, 5 de janeiro de 2008

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Ei ei ei, sem você não viverei!



começou 2008!

ano do rato e ano que promete muito... que diga o jeremias do famoso vídeo do youtube! três anos depois que foi lançado o vídeo dele na internet, o 'cabra que matava mais de mil' tá processando desde o uol até a camiseteria pelo uso indevido da sua imagem (que é esta estampa muito boa aí em cima), como saiu no site de tecnologia do uol. agora eu me pergunto: seria isso o álcool finalmente saindo do organismo do nosso melodioso amigo? porque, convenhamos, depois de 3 anos ele decidir processar todo mundo é bastante estranho. mas o pior não é nem isso, e sim o fato de que, mais uma vez entraremos naquela já longa discussão sobre os limites do uso da imagem de alguém quando esta é capturada em um local público ou por uma mídia de alcance público, discussão esta iniciada com todo o drama de cicarelli na praia. mas isso está me parecendo uma tentativa de tirar um por fora, claro... bem, aparentemente essa briga ainda vai render, então, nada como iniciar o ano com uma boa polêmica...

até, pessoas!