sábado, 22 de março de 2008

i've got 99 problems and a bitch ain't one



eu suponho que todo mundo já saiba do escândalo envolvendo o governador de nova york, o spitzer... hoje vi no noticiário que a prostituta que o entregou chegou em são paulo e já está sendo assediada pela imprensa, e sua mãe declarou em entrevista que está 'muito orgulhosa' da filha...

me chamem de puritana, mas sou só eu que acho engraçado que atualmente ser puta* é pop? primeiro tivemos a bruna surfistinha (que, curiosamente, estudou no mesmo colégio que eu... infelizmente isso diz bastante sobre as alunas do maria imaculada) que lançou o livro, virou celebridade e o livro vai virar filme. teve também aquela italianinha do '100 escovadas antes de dormir', mas ninguém se importou muito com o fato de que aos 16 anos ela tava levando um estilo de vida gene simmons. aí, agora nós temos a nossa OUTRA prostituta que atingiu o status de celebridade só porque ela entregou um político hipócrita.

não acho que ela não deva ser congratulada por ter dado a cara a tapa pra dedurar o spitzer, até porque isso poderia ter trazido sérios problemas a ela. mas eu fico intrigada sobre como é fácil ser famoso hoje em dia. especialmente nesses termos. se você tem um filho com algum jogador de futebol ou celebridade, você fica instantaneamente conhecido, ainda consegue fãs, e, se bobear até um programa na redetv!

***

em tempos de internet, a coisa mais fácil é se tornar conhecido. vamos levar em conta a mari moon, por exemplo. é claro que ela não se encaixa na descrição de vagabunda que eu estava usando, mas ela ficou famosa por ter um fotolog... do blog ela criou a própria linha de roupas, os cosplayers curtiram ela, depois os 'moderninhos safados' e agora ela tem um programa na mtv. é uma trajetória interessante, levando em conta que a única coisa que a menina fez foi EXISTIR. o que acontece é que é muito fácil se expor e ter alguém que te encontre, goste do que viu e mande isso pros amigos, que mandarão pra outros amigos e por aí vai. vivemos meio que numa 'spam generation'. o exemplo de uma mari moon mais extrema que vive nos estados unidos é o maquiador/cantor/drag queen jeffree star.

e cada vez mais as pessoas se colocam num holofote virtual e cada vez mais vemos essas revelações do myspace e flickrs de anônimos que viram prodígios. acredito sinceramente que dá pra achar sim algumas pérolas na internet, mas, na minha opinião, mallu magalhães não é tudo isso (na real, quem ainda escuta o que o lúcio ribeiro tem a dizer?!), arctic monkeys é uma banda bem da mediana (já disse que estou cansada de 'revelações' do rock que tocam as mesmas músicas com a mesma porcaria de voz desafinada, guitarra estridente e som intimista... por essas e outras que estou preferindo ouvir gnarls barkley, eagles of death metal, ac/dc, etc.) e css já cansou um pouco, muito embora eu ache que eles melhoraram muito no som do primeiro álbum para o segundo (por mais que a atitude deles de 'queria ser europeu' esteja cada vez pior).

no final do dia, eu acho que há um nivelamento por baixo acontecendo. o excesso de informação criou 'sensações de 5 minutos'... toda banda vira 'um sucesso só' e qualquer um pode se tornar o próximo hit na internet, tv, etc, com direito até a seus próprios vídeos no youtube. poucos sobrevivem, mas o resto acaba só ficando no limbo do: é divertido, é popular, é descartável.



*me desculpem pelo palavreado

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