segunda-feira, 30 de abril de 2007

When you get the blues, get rhythm


existem aqueles dias em que você se sente sobrecarregado de informação.
esse é um dos meus dias.
cá estou eu, sentada olhando para a tela do computador, pensando em algo perspicaz para dizer e, ao mesmo tempo, impessoal, mas que possa causar um efeito de reflexão e identificação em quem ler, mas, apesar de ter mil idéias na cabeça estimuladas por tudo o que aconteceu nos últimos sete dias, mesmo assim não consigo fazer mais do que comentar a minha incapacidade de gerar um post espontâneo escolhendo ao menos uma dessas idéias. de tantas possibilidades, eu não consigo definir uma que seja boa o suficiente.

esse é o problema. eu sei e não sei o que fazer. tenho outros compromissos para zelar, desenhos para fazer e coisas para resolver, mas eu estou aqui só olhando a tela do computador e pensando no nada e em absolutamente tudo.

pra mim, escrever para o nada sempre serviu como um tipo de terapia. quando eu fico triste, com raiva, com medo, indignada, revoltada ou confusa, eu sempre escrevo o que eu penso, que nem em um diário. normalmente eu não salvo o que eu escrevo, porque diários são perigosos. já vi filmes demais em que a garota conta que ela roubou os diamantes e o noivo da mocinha, escreveu isso no diário e se ferrou depois. sou capaz de escrever dez páginas sobre como eu me sinto e não guardar uma palavra. até porque certas coisas não valem a pena guardar. o bom de mágoas é que você pode colocá-las em um lugar e perdê-las depois. eu faço isso. expulso tudo aquilo que está me fazendo mal e, quando eu termino, olho mais uma vez para o que aconteceu e apago da memória.
é claro que em alguns casos isso serve como forma de se extravasar certos sentimentos enquanto não se está pronto para falar com o interlocutor certo (no meu caso, incluem-se exclusivamente os meus pais e nosso relacionamento no mínimo problemático). é meio que nem quando você está tão bravo, mas tão bravo, que você fala tudo aquilo que você queria dizer para a pessoa sozinho, no chuveiro.
as pessoas falam. eu digito.
nunca me achei boa o suficiente no boca a boca. consigo sustentar um argumento, mas eu também sou muito emocional. e eu sempre defendi a frieza no trato de problemas. sou sentimental muitas vezes, mas eu admiro a racionalidade, objetividade e dureza sentimental para se atingir certos objetivos. às vezes, você é o que você é, chorar não vai te tornar mais especial. por isso é preciso ser forte. se você chora, pisam em cima. se você é frágil, se aproveitam e te oprimem. por isso que eu consigo ser essa pessoa mais calculista por escrito. ela representa os sentimentos que eu guardo e não sei como expressar sendo a pessoa que eu ainda sou. é claro que, se eu consigo sê-la de alguma forma, ela está dentro de mim em algum lugar. mas talvez eu ainda não esteja pronta para sê-la de fato.


mmm... de tanto não achar o assunto, o assunto me achou.
até, pessoas!

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