Tsssssssssssss....
posso dizer com segurança que nunca pertenci de fato à PEA. tive alguns flertes com o que seria um trabalho de verdade, mas nada que passasse de um mês. ou seja, não considero que é um trabalho com T maiúsculo. me sinto meio brás cubas nessas horas, falando que nunca tive que comprar pão com o suor do meu rosto. realmente, nunquinha mesmo. e lamento. talvez seja por isso que alguns aspectos dessa coisa tão alienígena para mim sejam tão difíceis de me acostumar.
são vários elementos, na verdade: você precisa pensar no antes, durante e depois. o depois é o mais importante, na minha opinião. pelo menos é o que eu tenho considerado. porque o antes você cuida na hora, o durante cai naquela de 'deu, bem, não deu, amém', mas o depois... o depois envolve toda a arrumação da bagunça que você fez no antes e no durante. aí é que as coisas complicam. porque, dependendo da pessoa com quem você se comprometeu para resolver o 'depois', tudo pode ser mais fácil ou mais difícil. é necessário ter uma organização bastante grande, porque, se você comete um deslize e a pessoa não é exatamente chegada sua, pode ser um trabalho bastante espinhoso. aí é necessário ter jogo de cintura para acertar as arestas e fazer o melhor possível para evitar complicações no futuro e não ter desafetos por algo pequeno que você pode arrumar.
nessas horas acho que são afortunadas as pessoas que têm empregos fixos das 9 às 5. é tudo tão mais fácil, elas têm algo para fazer naquele período de tempo, o trabalho entra e sai naquele horário. depois das cinco, nada mais daquilo importa. por outro lado, entendo que quem vive disso se sente angustiado, porque não é um trabalho que realmente exige muito de você. ou seja, é a constatação do óbvio: por mais que tenha dias que isso me faça querer gritar e fugir pra austrália pra me esconder com os aborígenes, eu gosto muito. adoro, na verdade. sim, várias vezes eu penso no conforto de uma jornada de trabalho fixa e integral, mas, ao mesmo tempo, eu acho que entraria num pânico ainda maior do que com o que eu faço agora. porque eu não sou uma 'pessoa das 9 às 5'. eu gosto de regularidade, até o momento em que me entedio e quero fazer algo completamente fora do esperado (e não demora muito pra isso acontecer). por isso que o que eu faço serve para mim. estressa, tem dias que angustia porque dá a sensação de que nada vai dar certo, mas, no momento que você vê que deu, não tem como se sentir melhor. cada vez é algo diferente e dá um orgulho de si mesmo acima de qualquer coisa. e aí você quer fazer melhor ainda da próxima vez e rala mais ainda em cima e se estressa mais e precisa mascar ainda mais pastilhas de magnésia bisurada, mas vale a pena.
antes que você perceba, o seu estômago está mais neutro do que sabonete, mas isso não importa, porque você fez um trabalho bem feito e nada supera isso. nem mesmo (MUITO menos) um trabalho das 9 às 5.
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