domingo, 3 de agosto de 2008

Together we're invincible - Muse em São Paulo, HSBC Brasil

Fonte da imagem: UOL Música

três dias depois do burburinho, vou escrever sobre o show impecável do muse no hsbc brasil.

nem vou comentar muito sobre o show do jay vaquer. fiquei sabendo que ele tem parentes que são donos do hsbc brasil, o que explica muita coisa, porque eu acho que nunca vi algo tão ruim antes. sério. desde as interpretações das músicas de vaquer, que misturavam um jeito de 'garota fantasia' com ator da 'malhação' (não estou brincando, ele é muito ruim, alguém devia mandar ele parar de atuar com a música), a banda parecia estar tocando só pra constar. se bem que ao mesmo tempo que foi ruim, foi divertido, especialmente pelo tecladista que estava bem no meu campo de visão e tinha uma cara bastante cômica de desorientação. por um momento eu achei que ele ia chorar no meio do show... músicas ruins, som péssimo, tudo errado...

enfim... mas vamos falar sobre a banda que vale a pena.

muitas pessoas botaram defeito no fato de que o show em são paulo (assim como o no rio) foi muito pequeno, se comparado ao que normalmente se vê da banda pela europa, mas convenhamos: por mais que seja uma ótima banda, o muse não é nenhum U2 ou madonna por essas bandas, então é bastante ingênuo achar que eles atrairiam uma mesma quantidade de pessoas para o seu show. de fato, pelo que eu vi nos jornais 3500 pessoas foram ao show, sendo que a capacidade do hsbc brasil é de 4000 pessoas. ou seja: foi na medida certa.

por sorte (e graças a meu tipo físico de maratonista queniana), consegui correr para a grade, o que não veio sem seu preço: para a minha surpresa, senti no corpo a mesma empolgação dos fãs
que eu senti no show do U2, quando praticamente tentaram me soldar contra a grade. e foi num desses momentos que eu vi (enquanto pensava se meu fígado estava entrando em colapso) que, por mais que não seja banda de estádio por aqui, o muse com certeza possui um público que apresentou uma paixão pela banda como se eles tivessem lotado o maracanã. foi o mais próximo que eu vi de uma verdadeira adoração: naquela noite formou-se um coro extremamente competente de 3500 vozes que acompanhavam cada nota de cada música, fosse no vocal ou até mesmo nos instrumentos. isso sem contar que logo na fila um grupo de garotas distribuiu um pedaço de jornal para cada pessoa, para que fosse todo picado e jogado no ar quando matt bellamy cantasse 'feeling good'. se não íamos ver um show com toda a parafernália tecnológica (e, realmente, muito legal) dos shows maiores, tentaríamos tornar aquela experiência uma versão pocket de algo verdadeiramente inesquecível.

a produção do show em si variava entre o moderno e um kitsch que me fez rir: um telão ao fundo mostrava animações que acompanhavam algumas músicas, mas o mais divertido mesmo foram os rojões de gelo seco na frente do palco e o piano branco no palco, assim como os balões enormes brancos com papel dentro que foram jogados para a platéia brincar.

musicalmente, foi provavelmente um dos melhores shows que eu vi. emocionalmente, eu achei que eagles of death metal e franz ferdinand foram melhores, mas aí é uma questão muito mais subjetiva, afinal, eu não estava num bom dia quando vi o muse. mas reconheço que eles beiraram a perfeição. a banda estava inteira afiada, bellamy fez todo o seu contorcionismo com a guitarra e sua voz é tão incrível ao vivo como nos álbuns. de longe o mais empolgado com o show era o baterista dominic howard, que pegava o microfone uma hora ou outra para falar com o público, o que por si só é algo incomum, mas deu um charme a mais à apresentação. achei que a escolha para abrir o show foi certeira, com 'knights of cydonia'. subitamente a pista se transformou numa massa de gente pulando junto e eu acabei carregada, uma vez que me apertaram de uma forma que quando eu pulei, demorei para voltar ao chão (assustador, mas divertido). tocaram mais as músicas dos últimos álbuns, valendo as obrigatórias 'supermassive black hole', 'starlight', 'plug in baby', 'time is running out', 'hysteria' e 'new born'.

apesar de ter levado um desfalque de 50 reais pela apreensão de pertences na porta (o que me fez na verdade pagar 120 reais pelo show, não só os 70 do ingresso), o muse fez tudo valer a pena. por uma noite vi uma banda que eu adoro desde os meus não tão longínquos 17 anos e pude testemunhar um milagre na mesma noite: emos, indies, metaleiros, patricinhas e boys convivendo em hamonia por pelo menos uma noite.

o setlist do show foi esse:

knights of cydonia
hysteria
bliss
map of problematique
supermassive black hole
butterflies and hurricanes
citizen erased
feeling good
invincible
new born
starlight
time is running out
plug in baby

bis:
stockholm syndrome
take a bow

Um comentário:

Karina Nishioka disse...

podia virar colunista de blog de música, hein